Além do CAPS LOCK

Dia primeiro acordei disposto, iria à passeata/bicicletada de apoio aos ciclistas e protesto contra Ricardo Neis e seu ato insano. Fui porque era uma boa causa e me revoltava toda vez que assistia as imagens do atropelamento, não me bastava mais a internet para xingar, eu queria gritar, esbravejar, soltar a voz, ir além do CAPS LOCK.
Fui, gritei.
Duas mil pessoas foram e gritaram, algo para entrar na história da cidade. Sei que protestos acontecem volta e meia por aqui, mas são sempre liderados por políticos ou aspirantes. Na passeata das bicicletas, não vi bandeiras do PSOL, PC do B, PSTU, nem partido algum (cito esquerdistas porque bandeiras da direita só vejo em época de eleição), o que me aliviou profundamente. Eu não queria servir de massa de manobra para pretensos políticos, eu queria somente gritar por justiça.
Ali, fomos claramente liderados por amadores, que haviam combinado poucas palavras de ordem e muitas improvisavam. Isso foi o bonito. Sem profissionais do protesto, sem velhas raposas da política (algumas nem tão velhas). Claro, sempre tem alguém mais espalhafatoso buscando holofotes, mas isso é normal em qualquer junção de pessoas, ainda mais quando a mídia está em peso.
Fizemos barulho, fomos vistos. Posso até dizer que o povo realmente foi às ruas em Porto Alegre. Pela primeira vez desde muito tempo.

Tomara que não fique só nessa, espero ansiosamente a próxima manifestação verdadeira, dessas que surgem a partir de uma verdadeira revolta, sem outra pretensão que não seja a justiça. Espero que nos revoltemos mais, que gritemos mais, que façamos mais do que usar o CAPS LOCK.

Comentários

MiLa disse…
Tbm acho!
Tem que ter mais protestos na rua! Se já derrubaram ditadores, podemos fazer muitos mais!