Isa

Dedos leves tocando suas coxas, o som da pista ensurdecedor, saia sendo levantada lentamente, o cheiro de cigarro espalhado pelo ambiente. Isa sempre gostou da noite, da festa, da bebida, dos homens. Toda palavra sussurrada em seu ouvido, a música que faz seu corpo balançar, cada história descabida inventada por seus pretendentes, o hálito quente dos rapazes trêmulos, a excitação que as carícias provocam, o frenesi do atrito, essa é a sua libertação. O limite não existe, um, dois, três, quatro na mesma noite, na mesma cama, no mesmo buraco, não importa. Isa quer gozar, trepar mais, e, se der, mais ainda. Não é doença, é a mais velha loucura, a tara. Ultrapassar o limite de seu corpo, o limite mental, o limite social. Isa quer a transgressão. Nada de seguir modelos, de seguir a razão. Isa diverte suas noites, para esquecer a merda de seus dias.

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