Visita

Quatro horas. Uma dor atravessa a barriga de ponta a ponta. Hora da cagada remunerada.

Duda pega o celular, levanta da cadeira e sai da sala com a rapidez e agilidade de um ninja.

Escolhe o banheiro da cobertura, o menos utilizado da empresa, perto do auditório. Provavelmente o pessoal da limpeza já passou, ninguém vai atrapalhar os próximos oito minutos de alívio. Sentada, compartilha memes nos grupos de conversa entre uma força e outra. Então escuta um barulho horrendo.

TÁ! TUM! PÁ! Vidros quebrados, batida na cabeça, corte no rosto. Um pássaro ensandecido se bate e rebate pelo minúsculo lugar. Vindo provavelmente dos infernos ele mancha de sangue todas as paredes, teto e assoalho. Duda grita e gesticula, tenta agarrar o inimigo. Ele para, por três segundos, sobre a descarga, olha em seus olhos, sorri e sai voando pelo mesmo buraco da janela que entrou.