Não sei não, Kanye West

madrugada do dia dois. abril. vinte vinte.

Cada bolinha lateja, confundindo meu cérebro, fazendo com que eu queira substituir meus pés e tornozelos.
Eu roço um no outro, não quero enfiar as unhas e formar feridas.
São pequenos vulcões ardentes em minha pele, entrando em erupção ao mesmo tempo.
Agulhadas que se revezam, como se fossem parte de um método antigo de tortura.

Deve ser punição divina. Hoje furei o confinamento barra quarentena barra isolamento social.
Deus enviou esses mosquitinhos mequetrefes para atazanar minha madrugada insone.

Tá bem! Eu juro não sair mais de casa.

Mas sexta-feira eu preciso comprar comida.

Kanye West grita, em meio a vários aleluias, que mesmo quando morrermos, vamos nos levantar.

Será verdade, Kanye?

Essa tua fé não sei não. Não sei não.

ELE que inventou os pernilongos.





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